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Turbina da Hidrelétrica Teles Pires 'retida' por fenômeno natural no Pantanal
Por por João Arruda
01/09/2014 - 14:18

Foto: Ana Lucia Fornanciari

A terceira turbina transportada pela Hidrovia Paraguai/Parana, pesando 378 toneladas, está “retida” a 101 quilômetros do município de Cáceres –MT, em pleno Pantanal Mato Grossense, na localidade denominada “Baiazinha”. O carregamento desse componente para o complexo hidrelétrico na usina do rio Teles Pires, em Paranaíta, norte de Mato Grosso, através do rio Paraguai enfrenta o fenômeno natural da caída do nível do rio com a estiagem. Nesse trecho até o porto de Cáceres os bancos de  areias  e até surgimento de rochas impedem o prosseguimento desse tipo de navegação. A previsão mais otimista é que até antes do inicio de dezembro quando inicia o período de cheia na área não terá como se deslocar, a menos que seja autorizada uma dragagem, o que poderia causar danos ambientais ao curso normal do rio.

 

Ao todo são dois equipamentos a turbina e o rotor, que foram fabricados em Taubaté (SP), posteriormente transportados até o porto de Santos (SP) e de lá percorreu o litoral do sudeste/sul até a cidade uruguaia de Nueva Palmira, e de lá até Assuncion no Paraguai quando o comandante Romeu Carvalho, do Empurrador “Confiança” assumiu o transporte no dia 29 de julho passado, quando restava pouco mais de três dias para atingir o destino o calado da embarcação com 1,40 metros não obteve condições de navegabilidade. Sem previsão de chuvas nas cabeceiras do rio Paraguai para os próximos meses, a turbina e o rotor permanecerão atracados no barranco esquerdo do rio até a temporada de chuvas que em geral ocorrem ao final de cada ano.

 

Por determinação da Agencia Fluvial de Cáceres, órgão da Marinha do Brasil, já foram realizadas duas fiscalizações na situação da embarcação. Os militares designados a proceder os levantamentos – suboficial Clemente e sargento Thompson Lins – não constataram qualquer anormalidade quanto a riscos de encalhamento ou mesmo desastre ambiental conforme chegou a ser alardeado em Cáceres.

 

De acordo com avaliação dos militares, o local em que a embarcação está atracada oferece totais condições de segurança para navegação de lanchas menores, principalmente barcos hotéis que operam com turismo pesqueiro. “Nós inclusive na medida do possível auxiliamos algumas lanchas hotéis que necessitam de reboque, mas o canal está livre , apenas teremos que esperar uma dragagem ou a chegada das chuvas para prosseguir com a viagem” descreveu o comandante Romeu Alberto de Carvalho.

 

Essa declaração, é confirmada por guias turísticos como Roberto Carlos Gonçalves de Arruda, o Beto Pressão, que atua na Lancha Hotel Sportfishing, destacando que o regime de seca tem dificultado a navegação, porém a Marinha Mercante – no caso – o empurrador Confiança, tem apoiado as demais embarcações que encontram dificuldades para transpor as extensas cabeças de areia que emergem no trecho da Baiazinha.

 

LOGÍSTICA

 

 

 

Em Cáceres, no pátio de manobras do Posto Pantaneiro, situado a margem da BR 070, toda a logística para o transporte terrestre desde ali até Paranaíta permanece aguardando orientações da empresa que tem sede em São Paulo. Todavia ninguém quis comentar o assunto com a reportagem.

 

Essa seria a terceira turbina de um conjunto de cinco, outras duas já estão a caminho de Mato Grosso.

 

 

 

HIDROVIA

 

 

 

A hidrovia tem uma extensão de 3.442 quilômetros desde Cáceres (MT) até a desembocadura no Oceano Atlântico no Uruguai. Contudo, os regimes de seca e de cheia no Pantanal acabou surpreendendo a logística traçada pela empresa responsável por essa operação. (João Arruda/Cáceres-MT).

 

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