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Seduc adota medidas recomendadas pela Fiocruz e MEC para retorno às aulas
Por Andréia Fontes
07/01/2021 - 16:44

Foto: reprodução
Secretário Alan Porto enfatiza que retorno presencial só vai ocorrer em municípios onde o risco de contágio do novo coronavírus estiver baixo e com todas as medidas de biossegurança
 
 

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto afirma que a pandemia da Covid-19 provocou uma “tragédia educacional” em 2020 e que o principal desafio deste ano é recuperar este impacto na aprendizagem. Por isso, o planejamento da Seduc é o retorno das aulas no sistema híbrido (presencial com revezamento) a partir de fevereiro.  

A secretaria tem acompanhado diariamente a curva epidemiológica da Covid-19 e o secretário reforça que o retorno presencial só vai ocorrer em municípios onde o risco de contágio do novo coronavírus estiver baixo e com todas as escolas preparadas para atender as normas de biossegurança, garantindo a saúde dos profissionais e alunos. As medidas determinadas pela Seduc constam em portaria conjunta com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e estão dentro das recomendações do Manual de Retorno às Aulas feito pela Fiocruz.

O próprio Ministério da Educação (MEC) já determinou o retorno das aulas presenciais nas Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e nas Instituições Privadas de Ensino Superior (Ipes), a partir de 1º de março. O MEC estabelece que os recursos educacionais digitais poderão ser usados, em caráter excepcional, desde que haja orientação do Ministério da Saúde ou órgãos de saúde locais que não recomendem a forma presencial para a realização de aulas.

O retorno presencial previsto pela Seduc para fevereiro, em Mato Grosso, não engloba profissionais e estudantes que estão nos grupos de risco. Pais que não quiserem que os filhos retornem para as salas de aula poderão assinar um termo de compromisso e estes alunos continuarão a ter aulas on-line ou por apostilas.

“Vamos cumprir todos os protocolos, todos os decretos de biossegurança. As escolas já estão se preparando para este retorno em sistema de revezamento, que vai garantir que não ocorra aglomeração nem dentro das escolas e nem dentro do transporte escolar. Nossa preocupação é garantir um ambiente seguro para os profissionais da educação e para os alunos”, enfatiza Alan Porto.

“Especialistas apontam que em 2020 já perdemos cinco anos na educação por causa da pandemia. Se em 2021 ocorrer o mesmo, serão 10 anos perdidos. Como pensar numa economia pujante como a de Mato Grosso e uma educação que não acompanha? O que vamos fazer com as futuras gerações? A escola é o capital social mais valioso que temos e, por isso, defendo sim o retorno ao sistema híbrido para os municípios com classificação de risco de contaminação baixa”, complementa o secretário da Seduc.

A defesa de retorno às aulas somente com a vacinação de toda a população é considerada fora da realidade pelo secretário. Ele enfatiza o Manual de Voltas às Aulas preparado pela Fiocruz em dezembro do ano passado, que aponta ser “pouco prudente” admitir este critério. “Não há, nesse momento, orientações sanitárias de organismos nacionais ou internacionais sobre a inclusão da vacinação como parte das condições científicas para reabertura de escolas, além do que, existem alguns desafios que devem ser enfrentados atualmente para o alcance da imunidade coletiva através da imunização da população”.

O manual também destaca que não há recomendação para testagem massiva dos profissionais antes da reabertura dos estabelecimentos educacionais no Brasil.

As orientações constantes no Manual da Fiocruz são basicamente as que foram estabelecidas pela Seduc para este retorno das aulas no sistema híbrido. Uma cartilha foi preparada pela secretaria com todas as informações e serão entregues aos diretores durante uma capacitação na próxima semana.

Plano de contingência

A secretaria possui um plano de contingência que determina o conhecimento da situação de cada escola, orientações das normas de biossegurança a serem implantadas além do monitoramento de alunos e profissionais e como agir em casos suspeitos ou confirmados de Covid-19.

“Na condição que estamos hoje há condição de voltar no sistema híbrido. Os números mudam diariamente e, por isso, estamos preparados para o retorno não presencial e para o sistema híbrido. Temos que estar preparados para os dois momentos”, enfatiza Alan Porto. Ele lembra que apenas 55% dos alunos da rede estadual de educação possuem acesso à internet e os outros precisam ser atendidos no sistema apostilado.

Assim como orienta o manual elaborado pela Fiocruz, a Seduc enfatiza que é fundamental as escolas reforçarem com estudantes, pais, responsáveis e trabalhadores a importância de se manterem em casa na ocorrência de sinais ou sintomas da Covid-19, bem como de buscarem assistência à saúde.

Sistema híbrido

A proposta da Seduc é o retorno das atividades presenciais, no sistema híbrido, a partir do dia 1º de fevereiro. Nesta data está previsto o retorno dos diretores, assessores e professores para a realização da semana pedagógica. “É a semana de acolhida, organização, quando professores, diretores, coordenadores preparam o ano, prepararam o ambiente escolar”.

No dia 8 de fevereiro será a vez dos alunos retornarem às salas de aula, mas em sistema de revezamento. A proposta é que a cada dia, 50% da turma assista aula presencial. No dia que não estiver em sala de aula, o aluno terá tarefas e ensino direcionado.

“Não podemos esquecer o aspecto socioemocional. As pessoas precisam se comunicar, dialogar. O aluno precisa se relacionar. Temos notícias do aumento de casos de depressão e ansiedade entre professores e entre os próprios alunos. As atividades fora da escola estão praticamente normais. Bares, shoppings, parques, festas, tudo está acontecendo, mas as escolas estão fechadas desde março de 2020. É preciso dar prioridade ao que é mais importante e já passou a hora da educação ser colocada como prioridade”.

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