Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Educação pro tempo livre
Por por Onofre Ribeiro
19/01/2017 - 06:16

Foto: arquivo

Há muitos anos sou assinante do jornal “Valor Econômico”. É um jornal de tendências econômicas nacionais e mundiais, e de tendências políticas nacionais e das principais linhas da política internacional. São assuntos tratados de forma abrangente e analítica.

 

Confesso que gosto muito. A edição do fim de semana leva umas quatro horas pra ser lida e equivale sempre a um livro médio diversificado. Mas gosto particularmente do caderno “Eu & Fim de Semana”. É um tablóide menor, encartado na edição maior. Traz temas em profundidade. Na semana anterior o tema principal foi sobre inteligência artificial.

 

Por inteligência artificial entenda-se a crescente onda das máquinas inteligentes ocuparem os atuais espaços humanos na produção de bens e serviços. Já existem hoje fábricas inteiramente automatizadas, comandadas por grandes computadores que administram e controlam sistemas.

 

Aqui entra o tema deste artigo. No caderno sobre inteligência artificial veio uma entrevista de três páginas com o sociólogo italiano Domenico de Masi. Masi é muito conhecido de nós brasileiros. Há uns cinco anos deu uma palestra na UFMT, em Cuiabá, pra um público imenso. É dele o livro “O Ócio Criativo”, um ensaio escrito em 2000.

Por inteligência artificial entenda-se a crescente onda das máquinas inteligentes ocuparem os atuais espaços humanos na produção

Pois bem. Ele diz agora que todas as tarefas repetitivas em todos nos setores da vida estão e serão cada vez mais substituídos por máquinas. Ele dividiu o mundo do trabalho em três categorias de profissões: o manual, que será substituído mesmo por máquinas.

 

O de executivos e de profissionais liberais das mais diversas áreas, que serão substituídos por sistemas tecnológicos comandados por inteligência artificial. O terceiro, que ele chama de profissionais criativos. Esses permanecerão. São os artistas, os escritores, os artesãos, os que fazem algo que envolve o espírito, e os programadores e artistas do design tecnológico.

 

Ele cita o professor como uma vítima do processo, na medida em que a e-learning irá substituí-lo na forma atual. O professor será uma espécie de mentor dentro do sistema.

 

E encerro com a sua proposição. A educação desse futuro terá que se dedicar a educar as pessoas para o tempo livre, porque as máquinas trabalharão onde hoje mãos e cabeças humanas desempenham funções.

 

Claro que haverá desemprego numa proporção incalculável. Ele encerra dizendo que esse será outro dos grandes desafios humanos. Como tantos outros que já houve na História e foram solucionados...! Voltarei ao assunto.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

 

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