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Sem água, Tangará decreta situação de emergência
Por Folhamax
25/10/2016 - 06:35

Foto: Ilustrativa

Por causa da crise no abastecimento de água há quase 20 dias, a Prefeitura de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, decretou situação de emergência na última quinta-feira (20). Em agosto, o município já tinha baixado decreto determinando medidas preventivas para evitar o desperdício de água tratada em período de estiagem. O nível do rio Queima-pé, que abastece a cidade, está muito baixo.

Com a medida, o Poder Executivo fica autorizado a mobilizar todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Samae, companhia de abastecimento de água, e da Proteção da Defesa Civil, além da convocação de voluntários para tentar resolver o problema.

“Foi decretado conforme as normas do Ministério da Integração Nacional, que estabelece a situação de emergência”, disse Wesley Lopes Torres, diretor da Samae, companhia de abastecimento de água da capital.

O decreto vai possibilitar agora que a cidade consiga receber mais ajuda. “Para quem uma eventual necessidade de uma fonte de água, ou até mesmo de um poço artesiano, que é útil para abastecer a cidade e há um obstáculo a isso, esse decreto dá a liberdade de você ir lá e ter acesso a esse bem, essencial num estado de emergência da cidade”, disse Torres.

Pela cidade, moradores carregam as caixas d'água em caminhões e carros. Em um dos poços artesianos em que os moradores pegam água, a fila é enorme. A aposentada Marlene Burgos conta que já não sabe mais o que fazer, porque água dentro da casa dela está faltando há dias. E a única solução encontrada pela idosa foi contar com a ajuda da irmã para carregar a água no carrinho de mão.

“Não tem água nem para tomar um banho, né. Fica difícil, a roupa vai acumulando toda... então nós necessitamos de água”, disse a aposentada.

O pecuarista Sandro Girotto pegou o trator emprestado do patrão dele e veio encher um tanque. Mas, não foi pra ele, e sim, para os moradores da cidade. “É um gesto de caridade. Compramos uma mangueira, e eu consigo colocar água nas caixas d'água em cima, não no chão, para ficar baldeando”, disse Girotto.

Um dos lugares para os quais a água foi distribuída foi a casa da autônoma Graça Maria Romagna. “Inclusive a minha filha está lá no forro segurando a mangueira para encher a caixa d'água. Sem luz a gente vive, mas sem água, de jeito nenhum”, afirmou.

De acordo com a prefeitura, praticamente toda a população de Tangará da Serra está sofrendo com essa falta d'água. Só que mesmo assim, num momento difícil como esse, a solidariedade fala mais alto.

O empresário Suedir Ribas distribui água de graça em alguns bairros da cidade. Nove colaboradores dele também ajudaram no trabalho. “A falta de água é uma das coisas piores que pode existir. E quem tem um pouquinho de condição, vamos tentar puxa, vamos tentar fazer isso. E a gente se sente bem, graças a Deus. Eu acho que se nós unirmos forças, vamos ajudar um pouquinho as pessoas ”, disse.

A ajuda foi bem-vinda para os moradores, pois chegou em boa hora. “Deus colocou esse povo no nosso caminho e está cedendo a água para gente aqui. E a gente ajudando também os vizinhos”, disse a dona de casa Ana Maria Batista.

Em outros bairros da cidade, oito caminhões-pipa do Samae fizeram a distribuição da água para os moradores. E para levar água até a população foi montado uma verdadeira força- tarefa, que conta com a colaboração de voluntários da Defesa Civil.

“O Samae traz os caminhões até a gente e nós, com a nossa equipe de voluntários, distribuímos os caminhões e a satisfação é enorme”, disse Letícia da Silva Araújo, voluntária da Defesa Civil.

Para se tornar um voluntário e ajudar na distribuição da água para os moradores, é preciso entrar em contato com o Samae ou com a Defesa Civil de Tangará da Serra.

Decreto

O decreto de situação de emergência dispensa ainda de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta à estiagem, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos estoques de água para abastecimento das residências, comércio, indústria e instalações agropastoris, desde que possam ser concluídas em até 180 dias.

 

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