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IML de Cuiabá não tem luvas para fazer necrópsia
Por Joanice de Deus
25/10/2016 - 06:31

Foto: arquivo

Não bastasse a situação de 30 corpos que há semanas encontram-se empilhados no Instituto Médico Legal (IML), em Mato Grosso, devido à falta de reagente para o teste de DNA, o setor de perícia oficial e de identificação técnica do Estado ganha mais um novo e triste capítulo. 

Neste fim de semana, a família do radialista Ademir Rodrigues, de 65 anos, que morreu após ser atropelado por um carro ao tentar atravessar a Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, teve que esperar quase 12 horas para que o corpo fosse liberado do IML da capital. 

O motivo foi a falta de um par de luvas para fazer o exame de necropsia. A situação só foi resolvida depois que o Hospital Metropolitano, que fica em Várzea Grande, doou o insumo para o Instituto Médico Legal. 

O problema deixou amigos e familiares indignados, que além da dor pela perda do ente querido, tiveram que enfrentar mais esse sofrimento no IML. “A família sofre duas vezes, três vezes. Esse é o desrespeito maior. É a espera e a angústia de não saber o horário que se pode liberar (o corpo) para fazer o velório e comunicar a família e os amigos”, lamentou Odair dos Reis, irmão da vítima. “É um desrespeito”, acrescentou. 

A luva para necropsia é mais grossa e possui o comprimento maior do que as usadas em procedimentos cirúrgicos, por exemplo. Por meio da assessoria de imprensa, a diretoria da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) garantiu que a doação feita pelo Metropolitano resolveu a questão e novos lotes do produto já haviam sido adquiridos. A previsão é de que as luvas cheguem até a próxima semana. 

A morte do radialista ocorreu no sábado, quando ele tentou atravessar a Avenida Miguel Sutil, na capital. O corpo foi para o IML na tarde de sábado, mas só foi liberado na madrugada de domingo. 

Porém, há semanas que a liberação de corpos no IML está mais demorada que de costume, devido à falta de profissionais e de insumos. Neste último caso, um deles é a falta de reagente para o teste de DNA, que comprova ou não a identidade da vítima que teve o corpo carbonizado, por exemplo. Por conta disso, 30 corpos aguardam a chegada de materiais para realização de exames de DNA. 

PARCERIAS – Por meio da assessoria, a Politec informou que está firmando parcerias com institutos de perícias de outros estados para a realização do exame. A perspectiva é que a partir do próximo dia 30 a situação comece a se normalizar. 

O quadro atual de servidores também é insuficiente para atender a demanda estadual, o que também acarreta em atrasos na entrega de documento de identificação, sobretudo no interior. A Politec informou ainda que o Governo do Estado já autorizou concurso para os cargos de papiloscopista e técnico de necropsia. Entre os dois cargos, estão previstas a abertura de 42 vagas. 
 

 

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