Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Sonho, fé e razão.
Por por Gonçalo Antunes de Barros Neto
31/07/2015 - 12:46

Foto: arquivo

Na semana passada o mundo assistiu a mais uma vitória da civilidade, a reciprocidade diplomática entre duas nações. Após mais de cinquenta anos, ergue-se dois grandes monumentos à humanidade, simbolizados na abertura da embaixada cubana nos E.U.A. e a americana em Cuba.

            Muitos pensariam: é a abertura cubana ao liberalismo. Outros, que todo o império, como foi o romano, se destaca pela leniência econômica, apesar da intrepidez política.

            Nas palavras de Fidel, pronunciadas ainda em 1973, a aproximação entre ambos os países só seria possível quando os Estados Unidos tivessem um presidente negro e, somado, o mundo ganhasse um papa latino-americano. Acertou, apesar do aforismo e da intenção ter sido outra. O líder cubano não acreditava nisso, transcendia a Luther King e João Paulo II, aquele por sonhar (Eu Tenho Um Sonho) e este em face da Encíclica ‘Fides et Ratio’ (Fé e Razão).

            A civilização vive momento ímpar em que o sonho, a fé e a razão, são engrenagens da coexistência frente às adversidades. Do sonho, Paulo II aproveitou para caminhar, integrando absoluto e discernimento num universo tecido a armadilhas. Fidel, já era possível! A história continua a absolver o iate Granma e condenar Batista.

            Uma pequena ilha, um pequeno país, grandioso em política. Iguala-se, num gesto diplomático, a um império. O mundo parou para assistir. Não foi capitulação, foi audácia, acinte, dedo em riste. O império não podia conviver mais com aquele exemplo. Metáfora de carne e osso que vive fora da linguagem econômica, o figurado se apresenta eloquente.

            A ousadia dos grandes também teve, em Obama, seu exemplo. Homem que não soletra com ‘beicinho’, feito aqueles que não reagem. Foi gigante politicamente e humanitariamente. O que farão os do congresso ‘republicano’? Não importa, pode apostar. Afogar-se-ão nas marcas da pegada do líder negro.

            ‘Eu digo, tu dizes e, no fim, o diz também ele; depois de dar-lhe tantas voltas, ninguém mais vê aquilo que se disse’ (Schopenhauer). Mas aqui, a ironia teve seu acerto, que às vezes nem seu protagonista acreditava. Com energia positiva, Castro vociferou. Pecado algum saiu por sua boca.

            Que os povos dessas duas grandes nações possam usufruir do legado de seus líderes. Homens e mulheres que sabem sonhar com fé e razão. Não se acovardaram frente às convenções dos hipócritas.

Por estas bandas do hemisfério sul, somos todos aplausos e expectadores atentos do exemplo de cima, tornando realidade ao do alto – devemos passar pelo buraco da agulha-.

É por aí...

 

GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO escreve aos domingos em A Gazeta (antunesdebarros@hotmail.com).

 

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