Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Eu sou corintiana
Por por Clarice Navarro
12/04/2015 - 18:02

Foto: arquivo

Antes de qualquer palavra, quero dizer que me manifesto aqui como pessoa,como cidadã, independe da profissão que exerço. Profissionalmente, daqui a pouco irei editar a matéria que acabei de fazer, sobre o “Muda Brasil” em Cáceres. Esta segunda manifestação  ficou enfraquecida, se comparada a primeira ocorrida em 15 de abril, mas mesmo assim, os poucos que lá estavam o fizeram por acreditar. Isso  é o que vale.

Mas o tema é outro. Muitas sátiras de músicas foram gravadas para animar o movimento, Em uma delas, uma frase me prendeu a atenção:”O Lula é corintiano”.

Bom, eu também sou. Acho que nasci corintiana.Fui embalada com o hino do time. Assim como sei na ponta da língua o nosso Hino Nacional. Assim como gosto de goiaba, gosto de MPB, amo crianças, gosto de cachorros, gosto da cor marrom, de sorvete, cinema e pipoca,  eu tenho um time. Desde que nasci, acho. Motivada pelo “seo” Candinho, meu pai. Homem de extremo caráter e bondade, farmacêutico numa cidadezinha interiorana do estado de SP (Reginópolis), de 5 mil habitantes (hoje tem 8 mil, acho). Assinava a revista Placar, atendia a todos sem distinção de classes. Da mesma forma que declamava Castro Alves, assoviava clássicas e também....o hino do seu time do coração. Para a criançada, fazia pipas em cima do balcão da farmácia. Dezenas delas. Com cola de farinha de trigo, eu ajudava nas rabiolas.

Um pai que me dava bonecas e livros. E que mais que diálogos ou discursos, me deu exemplos.

Por isso hoje, como pessoa, acabei meu trabalho e vim triste embora. O Lula é corintiano. O que isso muda? Muitos dos que vão ler, também são. Temos no Brasil uma nação corintiana. Formada por todos os tipos de pessoas. Assim como torcedores de qualquer outro time.

Não sou filiada a nenhum partido político e tenho a convicção que jamais serei. O último político cujo discurso me entusiasmou morreu no mar. Ulysses Guimarães, independente da sigla partidária.

Admiro quem veste a camisa e vai às ruas, seja a favor ou seja contra a presidente Dilma, apesar de (querer) acreditar que o movimento seja por mudanças que aconteçam de uma forma que independam de quem esteja no poder. Quero acreditar que os bravos e aguerridos manifestantes estejam plantando a semente da mudança. E quero acreditar que ela vai germinar e fazer a diferença. Mas...deixem o preconceito de lado. A música é lastimável. E se o Lula fosse são paulino? Palmeirense? Flamenguista? Botafoguense? E se  torcesse pro “Feras da Fronteira”? O que muda isso no contexto do “Muda Brasil”?

“Sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor. E sou corintiana”.

 

Clarice Navarro é jornalista em Cáceres.

 

 

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